"Certamente, conforme eu acompanhava o gato manês parando no meio do gramado como se ele também estivesse questionando o universo, algo me pareceu faltar, algo me soou diferente. Mas o que estava faltando, o que era diferente?, eu me perguntei. E para responder a essa pergunta eu precisei me imaginar fora da sala, de volta ao passado, antes da guerra [...]"
— Virginia Woolf, Um Teto Todo Seu.
Das rotas que qualquer maps oferece,
a ausência de um trajeto vivo.
Da possibilidade de aprender
um novo idioma,
a ausência dos verbos... Clique aqui para continuar lendo
Quando a palavra foi oferecida pela analista,
bastou inclinar-se em sua poltrona
e dizer:
“Então a Alice está de luto?” Clique aqui para continuar lendo
Isso também pode ser pensado a partir do percurso na análise, que não consiste em alcançar esse estado de completude esperado, mas opera essa crucial inversão: a percepção de que “tudo é caminho”. A falta é a própria condição do desejo. Clique aqui para continuar lendo
Rosana Paulino em sua exposição - Foto: Divulgação/Ed Junior (O Globo)
A obra de Rosana Paulino toca em temas como memória, corpo e trauma, questões centrais também para a psicanálise. Ao reelaborar marcas históricas do racismo e da violência, sua arte abre espaço para pensar o modo como o indivíduo se refaz diante do sofrimento.
"Tem todo um histórico longo em relação ao racismo científico nesse trabalho. E a partir daí eu pensei em fazer um trabalho que fosse justamente o contrário daquilo que o Louis Agassiz falava... Clique aqui para continuar lendo
Na obra “Atrabiliarios” (Atrabilious), de Doris Salcedo, sapatos usados de mulheres vítimas de violência política são encaixotados e ocultos por membranas translúcidas, como vestígios de presenças ausentes. Clique aqui para continuar lendo
Alejandra Pizarnik
"Escuto minhas vozes, os coros dos mortos. Aprisionada entre as rochas; incrustada na fenda de uma rocha. Não sou eu a eloquente: é o vento que me faz esvoaçar para que eu creia que estes cânticos de azar que se formulam por obra do movimento são palavras vindas de mim."
Alejandra Pizarnik
Esgotado tudo o que poderia ser um desfibrilador para o retorno à vida, o último poema, que foi expelido para dar conta da insuportável perda, tinha como título “…” (reticências). Pela primeira vez, estava flertando com a continuação e o poema se fez em uma só frase: “aquele vaso de plantas carregava com ele uma extensão de você”. Foi neste último grito escrito que a tampa do caixão pôde ser fechada para enterrá-lo com menos culpa. Ocorreu no tempo exato de esvaziar as palavras.
Ana Alice Soares
De modo muito aleatório, comecei um curso de curta duração sobre o estudo da cor, que me levou ao Impressionismo e me fez encontrar as obras de Monet. O que também me levou a vasculhar sobre como ele pintava, o que o atraía para a pintura, e por que exatamente essa técnica. Clique aqui para continuar lendo
"Este livro é dedicado aos meus mortos, aqueles que carrego vivos comigo."
- Carla Rodrigues
O tempo para saber sobre a ausência, aquele oco que desorganiza, o eco nas ondulações do jogo de presença-ausência. Qual o novo desenho que toma forma no conflito entre perda e permanência? Clique aqui para continuar lendo